terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Sobre o meu 'render-se' ao Sr. Sigmmund Freud.



Em ultima análise, todo o sofrimento
nada mais é do que sensação, só existe
na medida em que o sentimos, e só o sentimos
como conseqüência de certos modos pelos quais nosso
organismo é regulado.” (Freud)


É fato que todos nós já ouvimos falar da ilustre figura alemã, de seus pensamentos, de sua psicanálise e de seus estudos com Ana O. Porém não é com a mesma facilidade do “ouvir falar” que começamos a nos aproximar de sua obra.
Não sei se pelo motivo de todos o adularem, desde minha (não tão remota) infância, recuso-me a gostar de seus escritos. Contudo somente ao ler o livro de sua autoria “O mal estar na civilização” decidi render-me e admitir que a inteligência de um homem deve sim ser conhecida pela contribuição genial que ele pode dar a humanidade e a sua própria existência.
Como um clarão, este velho senhor veio até mim hoje, pela manhã, dizer-me que não apenas a minha felicidade, mas também o sentimento de prazer que circunda a história civilizatória está mais ligado as nossas fantasias (nomeiem como quiser, arte, revolução, religião, amor...) do que a realidade de uma alegria continua.
Com grande realização e bem estar tento demonstrar que é este o portador de um pensamento belíssimo e humano. Não o reconheci academicamente, tão pouco fui procurar em seu livro respostas, não obstante encontrei nele as perguntas e as avaliações necessárias para poder argumentar os motivos de sua fama e repercução.
Apesar do parecer bobo deste texto, há nele um grande significado:
a descoberta por si mesma de uma capacidade de compreensão ainda não experimentada.
Aos que não leram, tentem aproximar-se da obra deste fiel escritor, se houver a compatibilidade, comuniquem-se. Aqueles que já leram, ainda sim, falem de suas impressões sobre a obra aos outros “companheiros de viagem”.
Peço, apenas não deixem passar aquilo que nos foi revelado, sem dogmas ou teologias, sobre o poder que nossa mente exerce nos mais diversos assuntos,
sejam estes subjetivos ou universais.
Cito novamente um trecho de seu livro, “Quando qualquer situação desejada pelo principio do prazer se prolonga, ela produz tão somente um sentimento de contentamento muito tênue. Somos feitos de modo a só podermos derivar prazer intenso de um contraste, e muito pouco de um determinado estado de coisas.”
Há aqui provas de que a humanidade estará em uma eterna luta entre Eros e Thanatos, conquanto a diferença está na simplicidade da exposição freudiana de nossa infinita dicotomia.
A aceitação desta dupla como engrenagem do progresso humano não me seria tão palatável caso eu não os visse no meu cotidiano, lutando entre si para que eu sobreviva e muito além disso para que eu me sinta VIVA.

Devido a isto não me vejam como mais um de seus aduladores intelectualizados, mas sim como um ser humano que agradece a luz que lho é entregue pela manhã. Agradece ao ver que algo se ilumina nele quando vê um grande astro dando-lhe sentido para continuar com aquilo que já existe.

Bom, é só.